Na Usina de Aimorés, um tipo de vegetal aquático conhecido como macrófita, comum em lagos e lagoas, tem um destino diferente: depois de passar por um processo de compostagem dá origem a um rico adubo e contribui para a recuperação de áreas degradadas e de reflorestamento.
A Aliança Energia promove a retirada das macrófitas do reservatório da Usina de Aimorés, hidrelétrica operada pela empresa no Leste de Minas Gerais. Mas, ao invés de descartar esse vegetal rico em nutrientes, transforma-o em adubo orgânico, que é utilizado no programa de reflorestamento da mata ciliar. “O adubo oriundo da macrófita pode ser utilizado para a recuperação de áreas degradadas ou ainda colocado em covas onde há o plantio de árvores de reflorestamento, contribuindo para enriquecimento do solo com nutrientes”, detalha a analista de Meio Ambiente Lucilene Becalli.
Durante a retirada das macrófitas do reservatório, também são colhidos materiais como garrafas pet e outros tipos de plástico que poluem o rio. “Tudo aquilo que não é aproveitado no processo de compostagem é separado manualmente e recebe destinação correta. Dessa forma, contribuímos ainda mais para a diminuição da poluição”, destaca Lucilene.
Entenda como as macrófitas se transformam em adubo
1) As macrófitas são retiradas do reservatório da Usina de Aimorés com o uso de embarcações, escavadeiras e caminhões
2) As plantas são depositadas em leiras (montes) com 1,5 metro de altura por 4 metros de largura e ficam nelas por um período de 3 a 5 meses
3) Durante o processo, elas são reviradas a cada 14 dias para desidratarem (compostarem) e para evitar o surgimento de chorume
4) O resultado é uma espécie de terra vegetal, pronta para ser utilizada como adubo nas áreas de reflorestamento da Aliança
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Saiba mais sobre as macrófitas
As macrófitas são plantas aquáticas que se alimentam de resíduos orgânicos, ajudando na melhoria da qualidade da água, além de contribuírem ecologicamente para a reprodução e desenvolvimento dos peixes. Porém, devido à poluição, causada por esgoto doméstico jogado nos rios e outros nutrientes – como fertilizantes carreados das plantações – ocorre uma proliferação exagerada das macrófitas. Em excesso, essas plantas dificultam a passagem de luz para o fundo do reservatório, o que afeta a oxigenação da água, prejudicando o desenvolvimento de outras formas de vida. Além disso, as macrófitas atrapalham o processo de geração de energia hidrelétrica, pois podem obstruir as grades por onde passa a água que chegará às turbinas da usina e até mesmo danificar estes equipamentos.