Ao longo dos últimos três anos, a Aliança Energia investiu em bioengenharia para recuperar processos erosivos e taludes, em áreas degradadas no entorno do reservatório da Usina de Aimorés. Os resultados expressivos foram suficientes para motivar o setor de Meio Ambiente da Aliança a repetir a iniciativa em mais áreas das usinas de Aimorés e Funil.
Um dos exemplos de sucesso mais recentes foi a recuperação dos 5,29 hectares que compõem a área de empréstimo localizada próxima ao vertedouro da Usina de Aimorés, na Pedra Lorena. Para Lucilene Becalli, analista de meio ambiente e responsável pela gestão técnica da atividade, essa área foi a maior já recuperada pela equipe. “O desafio era enorme devido à complexidade, tamanho e condições do terreno. Definimos as linhas, aplicamos técnicas de terraplenagem e mais de 1.800 metros cúbicos – ou 123 caminhões – de adubo orgânico produzido através da compostagem de macrófitas e seguimos os mesmos moldes dos trabalhos anteriores para a seleção e aplicação das sementes. Os resultados foram muito satisfatórios”, explica Lucilene.
“O MODELO ADOTADO EM NOSSAS ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO, COM APLICAÇÃO DE COMPOSTO ORGÂNICO DE MACRÓFITAS E TÉCNICAS DE BIOENGENHARIA, É MENOS AGRESSIVO POIS ENVOLVE A APLICAÇÃO DE MATERIAIS ORGÂNICOS E BIODEGRADÁVEIS. COM O TEMPO, A ÁREA RETORNA ÀS SUAS CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE E COBERTURA VEGETAL, BEM PRÓXIMAS ÀS NATURAIS. OS RESULTADOS OBTIDOS SÃO ACIMA DA MÉDIA, O QUE NOS ENCORAJA A INVESTIR NAS MESMAS TÉCNICAS PARA A ESTABILIZAÇÃO EM OUTROS PROCESSOS EROSIVOS.”
RICARDO SIQUEIRA, SUPERVISOR DE MEIO AMBIENTE – UHES AIMORÉS E FUNIL
UHE Aimorés
Em Aimorés, desde 2017 a recuperação de processos erosivos e taludes utiliza técnicas de bioengenharia e conservação do solo, com regularização do terreno, preparo da terra, aplicação de biomantas, uso de biorretentores orgânicos de fibra de coco e instalação de paliçadas de bambu e madeira.
ÁREA TOTAL RECUPERADA: 10.300 m2
INVESTIMENTO: mais de R$ 1 Milhão
De acordo com Débora Henrique, analista de meio ambiente na Usina de Aimorés, ainda estão previstas atividades semelhantes nos próximos anos. “Para 2020, já estão em processo de contratação atividades nas ilhas e em outros focos em propriedades da Aliança, com potencial de impactar o reservatório no futuro”, comenta.
A galeria de fotos abaixo ilustra algumas das áreas em recomposição ou já recuperadas na região próxima à Usina de Aimorés.
Associação de engenharia e bioengenharia Talude parcialmente recuperado Resultado final da recomposição
UHE Funil
Em Funil, desde o início da operação do empreendimento, em 2004, é realizado o monitoramento dos processos erosivos nas margens e no entorno do reservatório e sua estabilização é feita sempre que necessário.
RECUPERADOS: 15 voçorocas (processos erosivos avançados) na área de entorno do reservatório
ESTABILIZADOS: 142 focos ativos de erosão, nas margens do lago e trechos a jusante da barragem
Confira as fotos comparativas das áreas já recuperadas às margens do reservatório da UHE Funil (antes x depois):
A1 – antes A1 – depois
A2 – antes A2 – depois
A3 – antes A3 – depois
A4 – antes A4 – depois
A5 – antes A5 – depois
Segundo Walisson Soares, analista de meio ambiente na Usina de Funil, em 2018 foi realizado um levantamento e diagnóstico dos focos erosivos no reservatório da usina. “A partir dos resultados obtidos, mapeamos os pontos críticos e contratamos, agora em 2020, a elaboração de projeto executivo para a recuperação desses processos, com previsão de executarmos em 2021”, informa Walisson, reconhecendo que o acompanhamento dos processos erosivos é parte fundamental de um programa de excelência na operação da usina. “Além de prevenir que prejudiquem a geração, também são essenciais na estabilização das margens e, consequentemente, na melhor qualidade ambiental do reservatório e seu entorno”, completa.
O projeto executivo contemplará três processos considerados críticos no diagnóstico realizado – em uma área total de 3.817,5m² – e irá considerar as características da região para propor as técnicas mais adequadas ao cenário observado, associando engenharia civil e bioengenharia para obter maior recuperação no menor prazo.
A recuperação de áreas degradadas é uma prática sustentável que controla focos erosivos, protege encostas, minimiza o assoreamento de rios, córregos e lagos e gera benefícios ambientais. Nas hidrelétricas, a recomposição dessas estruturas reduz os impactos que os sedimentos poderiam causar à vida útil dos reservatórios. Apesar de fazer parte de um programa ambiental da Usina de Aimorés, tanto nela quanto na UHE Funil a atividade é realizada de forma preventiva, com o objetivo de estabilizar processos erosivos críticos e ativos nas margens, conter o avanço e, consequentemente, melhorar a qualidade ambiental dos reservatórios e seu entorno.